Halloween, o dia em que celebramos o medo!

Halloween, o dia em que celebramos o medo!

No dia 31 de outubro comemora-se nos países anglófonos, mas também um pouco por todo o mundo, o Halloween.

Esta celebração, que remonta a 1745 e que antecede o Dia de Todos os Santos, convida à exorcização dos medos através da utilização de máscaras, disfarces e rituais de “doces ou travessuras”, festas temáticas e filmes de terror.

O Halloween oferece o mote para uma reflexão sobre aquela que é a mais estudada das emoções primárias.

O que é o medo?

O medo é a emoção primária que desempenhou o papel mais importante para a sobrevivência da espécie humana, sinalizando situações de ameaça à vida e acionando as reações psicofisiológicas necessárias.

Numa situação de perigo, quer se trate do encontro com predadores, do confronto com os elementos naturais ou até do encontro com o desconhecido, as reações de paralisação e fuga são essenciais para garantir a sobrevivência. Mas como é que estas são ativadas?

A psicofisiologia do medo

Numa situação de stress, o Sistema Nervoso Autónomo é o grande responsável por acionar o aumento do batimento cardíaco, a aceleração da respiração e a contração muscular necessários para que o sangue aflua aos membros inferiores e a fuga se possa iniciar o mais rápido possível.

Além disto, as pupilas dilatam-se, a boca seca, o rosto empalidece e os pelos eriçam-se para o corpo parecer maior, caso seja necessário lutar.

No sistema límbico está localizado um órgão em forma de amêndoa que desempenha um papel fundamental neste processo. A amígdala é a responsável pelas reações que levarão à libertação, na corrente sanguínea, das hormonas ACTH, adrenalina e cortisol, que provoca o aumento da pressão arterial e dos níveis de glicose, de forma a rapidamente mobilizar recursos energéticos para passar à ação.

Quando a situação percecionada como perigosa passa, assim como o pico de adrenalina que a acompanha, segue-se a libertação de endorfinas e dopamina, que provocam uma sensação de profundo relaxamento e prazer.

É com esta recompensa em mente que procuramos expor-nos a situações indutoras de medo, como filmes de terror, casas assombradas, montanhas-russas e até escolhas mais radicais, como saltos de paraquedas e bungee jumping.

Haverá uma dose certa para o medo?

Um grupo de investigadores da Universidade de Aarhus acredita que sim. Para investigar a relação entre o medo e o prazer, estes investigadores filmaram e monitorizaram o ritmo cardíaco de um grupo de pessoas enquanto estas visitavam uma casa assombrada cheia de personagens assustadoras: zombies, loucos de serra elétrica em riste e assassinos de criancinhas.

Os resultados deste estudo revelaram que as pessoas não apreciam emoções demasiado afastadas dos seus estados psicofisiológicos habituais e que parece existir uma dose certa, ou seja, um “sweet spot” em que uma situação não é demasiado assustadora nem demasiado neutra, que permite retirar o máximo prazer da experiência.

O medo tem uma expressão facial?

Naturalmente! E estamos aqui para o ensinar a distinguir quem é que fica realmente assustado com as partidas que vai pregar este Halloween.

Quando surge uma situação que é percecionada como uma ameaça ao bem-estar físico ou psicológico, as sobrancelhas elevam-se na horizontal e aproximam-se; as pálpebras superiores ficam levantadas e tensas e a esclera (a parte branca do olho) fica visível; a tensão manifesta-se igualmente nas pálpebras inferiores; os lábios alongam-se na horizontal; o pescoço e a testa ficam contraídos.

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